A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) participou, nesta terça-feira (27), do Seminário do BRICS sobre Compras Governamentais Sustentáveis, em Brasília (DF). A apresentação da Enap, ao lado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fez parte das discussões na mesa principal, com representantes de África do Sul, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Irã, Rússia e Uganda.
Aos representantes do grupo de países emergentes, a presidenta substituta e diretora executiva da Enap, Natália Teles, defendeu que o desenvolvimento de capacidades e habilidades dos servidores públicos é central para a implementação das melhores práticas em compras públicas sustentáveis, A Enap é referência para tornar esse desenvolvimento possível.
A presidenta substituta da Enap destacou o desafio e a missão que a Enap tem na capacitação e na formação de servidores e pessoas de fora do serviço público. “Nós investimos muito em formações iniciais das carreiras estratégicas de governo, para quando os servidores e servidoras entram na administração pública", pontuou.
“A Enap também atinge pessoas de outros países, mas apenas no Brasil temos milhões de servidores públicos. Ficamos baseados em Brasília, mas temos que atingir brasileiros de todos os estados e municípios do país.”
Natália Teles apresentou aos representantes internacionais as funcionalidades e possibilidades da plataforma da Escola Virtual de Governo (EV.G), que, somente em 2024, recebeu mais de 3,7 milhões de inscrições e emitiu cerca de 1,8 milhões de certificados nos mais de 800 cursos disponíveis on-line e gratuitos.
“Os conteúdos desses 800 cursos foram produzidos por mais de 100 instituições diferentes. Por exemplo, se temos lá um curso produzido pelas Nações Unidas (ONU), como de fato temos, quem o concluir receberá um diploma da ONU emitido pela Enap.”
A diretora executiva citou iniciativas da Escola como a Semana de Inovação – maior evento de inovação em serviços públicos da América Latina –, e elencou o compromisso da Enap com a promoção da inovação e de iniciativas com o propósito de desenvolver soluções em inteligência artificial e combater as mudanças climáticas.
Por fim, Natália Teles defendeu a análise de dados e frisou a importância crucial de se ter informações comparativas sobre como a formação e a capacitação estão sendo feitas. Ela apontou métodos de avaliações que podem mostrar as tendências e os desafios, além de apontar caminhos que possam mudar os resultados e melhorar as entregas ao serviço público.
“Temos dados que nos dizem que temos muitas assimetrias e diferenças, não estamos falando apenas de um tipo de estudante específico. Vemos as diferenças e estamos tentando ver as camadas de diferenças, ao invés de reduzir a mesma análise a todos”, afirmou a presidenta substituta da Enap.
“Assim, nós hoje produzimos um mesmo conteúdo em diferentes formatos, de forma a atingir tanto aqueles usuários mais adeptos a aulas densas e vídeos longos, como os que estão acostumados com vídeos curtos, de 10 ou 20 segundos, como é o comum nas redes sociais”, complementou. “Precisamos prover informações qualificadas a tempo, porque senão outras plataformas e outros produtores de conteúdos irão chegar na nossa frente.”
Questionada pela representação do Irã sobre a possibilidade de pessoas de outros países terem acesso às iniciativas disponíveis na Escola Virtual de Governo (EV.G), Natália ressaltou que todos os cursos são abertos não só aos brasileiros, mas a pessoas de todos os países.
“Toda e qualquer pessoa do mundo com acesso à internet pode se matricular nos mais de 800 cursos on-line da EV.G. Tem um campo no formulário de inscrição que permite marcar quando a pessoa não é do Brasil.” A presidenta substituta, inclusive, ilustrou com números quantas pessoas de cada um dos países representados no seminário já realizaram cursos na plataforma da Enap.