Estudo da WayCarbon mostra segmentos com maior potencial e oportunidades para o Brasil 

Os setores mais promissores para gerar créditos de carbono no Brasil são os de floresta, agropecuário e de energia, segundo estudo apresentado no último Fronteiras e Tendências (Frontend). A palestra foi conduzida por Laura Albuquerque, mestre em planejamento energético e ambiental e gerente sênior da WayCarbon. Na próxima semana, a empresa deve divulgar novas pesquisas sobre o tema. 

Duranteo evento, Laura destacou que o país pode movimentar entre US$ 493 milhões a US$ 100 bilhões com o mercado de carbono e gerar 8,5 milhões de empregos até 2050. “Reduzir as emissões é uma oportunidade de novos negócios e fonte de renda para diversos públicos, inclusive pequenos produtores rurais e povos tradicionais, com o fortalecimento das cadeias produtivas.”

Ela destacou que o Brasil pode atender de 5% a 37,5% da demanda mundial do mercado voluntário (empresas, indústrias, etc) e de 2% a 22% do mercado regulado (países que devem cumprir metas dos acordos globais) até 2030. Entre os países com maior potencial de compra nesse cenário estão Estados Unidos, Japão, Austrália, Coréia do Sul e alguns países da União Europeia.  

De acordo com a gerente sênior da WayCarbon, para alavancar esse mercadoo setor público deve definir regras para o mercado regulado e a natureza jurídica do crédito de carbono, criando um ambiente que possa ser transacionado por diferentes entes. 

A moderação do debate foi feita pelo subsecretário de Economia Verde do Ministério da Economia, Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, que revelou que a instituição está trabalhando para lançar o programa nacional de economia verde. A iniciativa envolve um conjunto de ações para estimular essa área e colaborar com o alcance das metas brasileiras de redução nas emissões. “Os objetivos são ousados: reduzir em 50% a produção de carbono até 2030 e zerar as emissões até 2050. Já publicamos um decreto e enviamos um projeto de lei com propostas regulatórias”, explicou. 

O tema mercado de carbono está em discussão nos setores público e privado, inclusive no Brasil. Em 19 de maio foi publicado o Decreto nº 11.075/2022, que instituiu o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Sinare). O documento regulamenta os procedimentos para a elaboração dos planos e fortalecimento dos sistemas para a operacionalização do mercado de carbono no país. 

O governo federal também enviou ao Congresso o Projeto de Lei nº 528/2021, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) - voltado para  regular a compra e venda de créditos de carbono no Brasil. ”É preciso uma agenda coletiva, unindo governo e iniciativa privada na formulação e execução de políticas de regulação”, recomendou Laura Albuquerque. 

Apesar do potencial econômico e da empolgação da platéia com os números, a palestrante ressaltou que o objetivo final do mercado de carbono é reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir as metas para evitar o aquecimento global. “Temos uma janela de oportunidade para atuar e evitar cenários ruins para gerações futuras. Todos devem levar essa agenda para nosso dia a dia”, finalizou. 

Frontend

O FronTend é um ciclo de palestras mensais organizado pela Enap, em parceria com a Microsoft, direcionado para executivos do setor público. A proposta do evento é trazer para o debate temas emergentes e relevantes para governos e sociedade.

Ficou curioso? Assista a íntegra do Frontend aqui

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