Palestra “Como fazer política pública”, no FronTend de fevereiro, traz reflexões sobre as interações entre os atores envolvidos com o processo de formulação  

O primeiro Fronteiras e Tendências (FronTend) do ano trouxe ao Brasil o decano da Hertie School (Alemanha), Kai Wegrich, para falar sobre seu mais recente livro “How to do public policy” ainda sem edição em português. 

Na abertura da palestra, o moderador Roberto Pires, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor colaborador da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), destacou que o novo livro do Dr. Kai “busca dar uma leitura para o processo de produção de políticas públicas abordando de forma inovadora um dilema deste campo: como conciliar o conhecimento especializado e técnico com as mudanças políticas.”

Demonstrando simpatia e entusiasmo, o palestrante explicou, em português, o propósito da publicação. “O livro não traz fórmulas, não ensina a fazer políticas públicas. Oferecemos um ou dois modelos de pensamento para entender quais são os desafios dos gestores e como achar soluções a partir desses modelos. Propomos o conceito de formulação de políticas interativas”, disse Kai.

O autor propõe que a análise política é elaborada a partir da percepção de “três “braços” que influenciam a formulação de políticas públicas: o substancial, a análise de ferramentas e o interativo. O braço substancial abrange os especialistas que dizem o que fazer em determinado momento, a exemplo do que fizeram os cientistas durante a pandemia de Covid-19. 

As ferramentas têm a ver com os métodos utilizados pelo governo no dia a dia para implementar as melhores soluções possíveis a partir de escolhas mais racionais. E o braço interativo ou político seriam os atores que olham para o processo com distanciamento.

“Todos os braços são úteis, precisamos de todos para cumprir diferentes tarefas. o problema é que esses braços não interagem. E quem olha para esse processo não entende porque as coisas não acontecem, os problemas no setor público não são resolvidos. Dar respostas tecnicamente viáveis e sustentáveis aos problemas públicos é um processo complexo que envolve multiplicidade de atores”, destacou Kai Wegrich.

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