A Enap foi selecionada pela British Academy para desenvolver uma proposta de pesquisa que busca investigar como evidências científicas são usadas ou ignoradas em políticas públicas no Brasil. O foco desta investigação será nos desafios e práticas de políticas públicas que tratem de problemas ligados às mudanças climáticas. A British Academy é uma das mais prestigiadas instituições de fomento à ciência e humanidades do Reino Unido. O diretor de altos estudos da Enap, Alexandre Gomide, saudou o resultado e destacou a importância da aprovação da proposta como um reconhecimento do papel estratégico da Enap na promoção de políticas públicas baseadas em evidência.
“A pesquisa abordará, entre outros temas, desafios como desinformação, polarização política e governança informada por evidências. Concorríamos com instituições do mundo inteiro e conseguimos. Estamos muito entusiasmados com o resultado e em poder realizar este trabalho. Este certamente é mais um movimento da Enap no fortalecimento da capacidade do Estado e da democracia”, disse Gomide.
A proposta selecionada foi construída em parceria com o Institute of Development Studies (IDS), sediado no Reino Unido, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) no Brasil, combinando expertises nacionais e internacionais. O trabalho pretende analisar a maneira como governos democráticos podem fortalecer sistemas de produção e uso de conhecimento técnico em contextos marcados por polarização política, desinformação e instabilidade institucional.
A pesquisa terá duração de um ano e será desenvolvida por uma equipe multidisciplinar envolvendo especialistas em políticas públicas, mudança do clima, ciência política e administração pública.
A Enap participará da pesquisa por meio de sua Coordenação-Geral de Avaliação e Organização de Evidâncias como parceira institucional na realização de oficinas, articulação com ministérios e órgãos de controle, produção de publicações aplicada, e disseminação dos resultados em eventos nacionais e internacionais, como a COP30, a ser realizada em Belém, em novembro. “Num momento em que o mundo enfrenta múltiplos desafios, que passam pelas mudanças climáticas até o questionamento da confiança nas instituições e na representatividade, investir em conhecimento aplicado é essencial para qualificar as decisões do Estado", afirmou Gomide.