Nesta sexta-feira (11), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) realizou a cerimônia de encerramento do curso de formação para a carreira de Analista de Infraestrutura (AIE) no âmbito do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).
O evento aconteceu em Brasília (DF), na Academia Nacional de Polícia (ANP). O local, batizado como Polo Torre, foi onde os candidatos e candidatas da turma de AIE cursaram as aulas da formação inicial desde 8 de abril deste ano.
O curso de formação de AIE, assim como a formação inicial das outras quatro carreiras promovidas pela Enap no âmbito do CPNU, foi presencial e contou com aulas de segunda a sexta-feira, somando uma carga horário de 440 horas. O encerramento do curso concede aos aprovados o título de especialistas em infraestrutura pela Enap.
Natália Teles, presidenta substituta e diretora executiva da Enap, participou da mesa de abertura do evento e parabenizou as turmas presentes pela conclusão de mais esta etapa do certame, lembrando-os da importância do papel que terão no futuro do Brasil.
“Foram muitas horas de aprofundamento na importância do Estado, das políticas pública. Aqui vocês puderam ampliar os conhecimentos em outras áreas com as quais terão que trabalhar. Espero que vocês entrem em campo com muito mais vínculo, proposito e valorização do impacto que vocês podem gerar no crescimento do País”, considerou.
Emocionada, Iara Alves, diretora de Educação Executiva da Enap, trouxe luz acerca das relações construídas no decorrer do curso entre os candidatos e candidatas e o quanto essa troca enriquece o aprendizado na formação.
“Para o propósito que tínhamos com este curso precisávamos dessa imersão presencial, dessa experiência de troca e conexão. Temos aqui pessoas de diversos estados do país que se conectaram, fizeram redes. Vocês enriqueceram o curso, afinal, temos aqui a diversidade do nosso país presente”, ponderou.
Para, Roberto Pojo, secretário de Gestão e Inovação do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), a diversidade é um ponto fundamental do CPNU, visto que o primeiro concurso público nacional tem como objetivo trazer para dentro da administração pública um servidor com a cara do Brasil.
“Isso é fundamental pois o principal desafio que vocês vão encontrar no desenvolvimento das políticas públicas é trabalhar pela superação da desigualdade no Brasil. Vocês entrarão em um conjunto de políticas públicas, as de infraestrutura, por isso o trabalho deo vocês contrubuirá diretamente com o desenvolvimento do nosso país”, enfatizou Pojo.
Nelson Levy Kneip, coordenador-geral de Desenvolvimento Educacional da Academia Nacional de Polícia (ANP), reconheceu a conquista dos candidatos presentes e falou sobre a missão do servidor com o Estado.
“Esperamos que saiam daqui com uma boa recordação dos momentos que viveram neste lugar. O ingresso dos senhores e senhoras no poder executivo federal é histórico. Não esqueçam do compromisso que firmarão a partir da assinatura do termo de posse, busquem sempre a melhor forma de colaborar com o desenvolvimento do nosso país e da população brasileira”, afirmou.
O curso de formação inicial para a carreira de AIE contou com a participação de 291 candidatas e candidatos, que foram distribuídos em seis turmas diferentes. O curso reuniu pessoas de diferentes regiões, diversos estados e municípios brasileiros, promovendo um intenso intercâmbio cultural em sala.
Para muitos participantes da formação, esta foi a primeira vez que vieram à Capital Federal. Como no caso de Cintia de Souza Freitas, oradora escolhida pela turma representá-los na cerimônia de encerramento do curso. Natural de Cachoeiro de Itapemirim (ES), mulher negra e filha de pais que não terminaram o ensino fundamental, ela contou aos presentes sua trajetória até chegar a esta etapa do CPNU.
“Foi o primeiro concurso federal que fiz na minha cidade e o último, já que aqui cheguei. O curso de formação nos trouxe uma experiência única. Contamos com um elenco docente de alto gabarito e aprendemos muito. Foi mais que um curso de formação técnica, foi um experimento social único, conviver com colegas de diferentes regiões, diferentes profissões. E a cada dia que passava eu tinha certeza de que estava exatamente onde eu deveria estar”, compartilhou emocionada.
Nascido em Aracaju (SE), Thomaz Fonseca Maynard Garcez também foi orador durante a cerimônia. Ele compartilhou com os presentes que enfrentou um diagnostico tardio de autismo, já na fase adulta, e mesmo se sentindo diferente acumulou 26 concursos públicos até chegar ao CPNU. Em seu discurso, Thomaz rememorou emocionado as experiências que viveu durante o curso de formação de AIE.
“Durante dinâmicas em sala de aula, ouvindo as histórias dos meus colegas, tive lições de perseverança, de batalhas. Vocês me tornaram melhor como pessoa. Eu saio daqui como alguém melhor. Desejo que hoje todos nós olhemos um para o outro e digamos: ‘Eu sou uma pessoa melhor por sua existência’. Essa é a grande reflexão que eu queria trazer na minha fala”, refletiu Thomas.
Após os discursos, os candidatos e candidatas participaram ainda de uma palestra de encerramento ministrada por Rafael Pereira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O tema da aula foi ‘Ciência de dados espaciais para cidades inclusivas e sustentáveis’.