Desde 2017, programa formou 44 mulheres e 57 homens que atuam em diferentes níveis do serviço público

Em fevereiro de 2024, a Coordenação-Geral de Pós-Graduação Stricto Sensu (CGPos) da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) emitiu quatro diplomas de mestrado. Seria trivial se não fosse pelo número. A ocasião foi um momento importante para a Enap, que alcançava a marca de 101 mestras e mestres titulados. Os trabalhos finais que compõem a galeria, escritos em formato de dissertação ou projeto de intervenção, foram defendidos entre os anos de 2017 e 2023. Eles abrangem temas variados em abordagens diversas e podem ser acessados no Repositório da Enap.

“O número traz consigo um significado muito importante para todos aqueles que têm se dedicado a fazer deste programa de mestrado uma ferramenta de excelência. É uma construção coletiva, que envolve inclusive aquilo que os estudantes nos trazem nessa interação que existe. Quase metade desses títulos foram dados a mulheres. Temos um programa sólido, que oferece formação e bagagem para que os servidores que passam por aqui, saiam mais capacitados para os desafios dinâmicos que são parte da gestão pública de alto nível. Que venham outras centenas”, diz a coordenadora-geral de Pós-Graduação Stricto Sensu da Diretoria de Altos Estudos, Regina Luna Santos.

Os egressos dos programas de mestrado da Enap são servidores públicos dos Executivos Federal e Estadual, integrantes das Forças Armadas, empregados públicos, servidores do Judiciário e servidores públicos estrangeiros. Eles realizaram o curso no Mestrado Profissional em Governança e Desenvolvimento (MPGD) e no Mestrado Profissional em Avaliação e Monitoramento em Políticas Públicas (MPAM). No total, os programas formaram 44 mestras e 57 mestres.

A analista técnica de políticas sociais do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Glaucia Coelho, está entre as 44 mulheres que receberam o título de mestra pela Enap. Ela chama a atenção para a chance de ter tido contato com pessoas de diferentes áreas da administração pública e de variados lugares do Brasil durante o programa. “Essa troca com os colegas foi muito rica para as discussões, para as aulas e para as ideias que surgiam. Esse foi um aspecto muito positivo do mestrado”, afirma.

“Uma das coisas que acho que fez muita diferença na minha prática profissional, além da parte mais ligada ao conteúdo do curso, foi poder parar e olhar para política pública com a qual eu trabalho numa outra perspectiva, de reflexão mesmo. Porque, às vezes, ali na correria do dia a dia, estamos ocupados com nossas rotinas e não temos tempo de refletir. Ter esse tempo de reflexão, amparado com os conteúdos, conhecimentos e teorias que vamos aprendendo ao longo do curso, foi uma coisa muito importante para mim. É um exercício que levei para minha prática. Utilizar as ferramentas que adquiri e também parar e refletir sobre minhas práticas profissionais. Acho que isso foi o grande diferencial para mim”, declara Gláucia.

A ex-aluna da Enap falou com carinho daqueles que são peça fundamental na construção de um programa de mestrado de alto nível: as professoras e professores. “Os professores são realmente maravilhosos”, resumiu ela. “A estrutura em geral é muito boa. As pessoas que trabalham na Enap são sempre muito solícitas. Sempre é dado apoio para tudo. Tem uma biblioteca muito legal e um ambiente muito bacana. Inclusive, hoje faço parte de um grupo de pesquisa, a convite de uma de minhas professoras, na perspectiva de, no futuro, encarar um doutorado. A Enap deixa a gente com essa vontade de continuar a se desenvolver e a melhorar nossas capacidades profissionais”, acrescenta Glaucia.

O servidor da Secretaria do Patrimônio da União, Lucas Willian Caldeira da Silva, sabe bem o que a colega quer dizer. Egresso do programa de mestrado, ele atualmente é aluno do doutorado. “Foi uma excelente experiência participar do mestrado profissional da Enap. Por meio do programa, a escola criou um ambiente muito diverso, seja nas teorias apresentadas, seja nas diferentes origens e trajetórias dos professores e dos alunos”, afirma ele. “A cada trimestre éramos apresentados a diferentes lentes e perspectivas sobre um mesmo aspecto das políticas públicas, reforçadas com os debates com colegas de áreas distintas do estado brasileiro”, acrescenta.

Lucas da Silva salienta, ainda, a diversidade como um elemento de grande valia para a experiência que teve com o mestrado da Enap. “Como servidor público, acredito que essa seja a principal característica do programa, que me auxiliou a lidar com um mundo cada vez mais complexo para a condução do meu trabalho, que hoje tem sido cada vez mais moldado pela participação de muitos atores, em especial a sociedade civil. Você acaba desmistificando aquela ilusão de uma burocracia autossuficiente”, afirma o servidor.